Viagem à India


Este e o relato da primeira viagem que fiz a Índia, em fevereiro de 1998. Foi num período muito auspicioso, quando acontecia o "Maha kumbhamela" um grande festival nos lugares sagrados que acontece de 12 em 12 anos, às margens da confluência dos 3 rios (Ganges, Yamuna e Saraswati).



VIAGEM DE AVIÃO DE DELHI ATÉ O RAJASTHAN


Primeiro fomos do aeroporto de Delhi direto para o Rajasthan. Ao entrar no avião que nos levaria até o Rhajastan não imaginei que ficaria tão assustada. O avião era tão velho e suas rodas empenadas que quando começou a se mover como uma geringonça descontrolada pensei dele se desmanchar, mas conseguiu levantar voo.

Voamos um pouco abaixo do que um avião de grande porte voaria, e isto possibilitou que tivéssemos uma linda visão ao anoitecer das paisagens e lindos castelos iluminados .

Quando o avião pousou no aeroporto do Rahasthan pensei que fosse se desmanchar ao tocar suas rodas no chão. O barulho era enorme e o avião chacoalhava-se todo. Quando parou, senti um alívio enorme por sentir que ainda estava vida.

O TEMPLO DO SENHOR BRAHMA EM PUSHKAR, RAJASTHAN


Ainda no Rajasthan, visitamos o fantástico Forte Jodhpur, muito divulgado e visitado pelos turistas, e o magestoso Forte Chittorgarh.

Depois fomos a Pushkar, onde existe o único templo do Deus Brahma na Índia. Um brahmane veio em minha direção e se ofereceu para fazer uma cerimônia para o meu falecido filho Érico no lago do Templo ("Brahma Kunda"), o que aceitei agradecida; depois dei uma doação em rúpias a ele, como é de praxe. Foi muito positiva essa homenagem que me deixou mais aliviada.

Perto do lago fica o templo dedicado a Brahma, o único na India, e alegam que é o único no mundo dedicado a este Deus.

O motivo de não haver outros templos dedicados ao Deus da criação, é a crença de que aqui Brahma faria um cerimônia de auto-flagelo. Quando sua esposa, Savitri, se atrasou para cerimônia, Brahma se casou com outra mulher. Quando a titular chegou e soube do ocorrido declarou que Brahma näo poderia ser adorado em nenhum outro lugar a não ser em Pushkar, o que o fiéis cumprem a risca.

PASSEIO DE CAMELO - PUSHKAR, RAJASTHAN


Em Pushkar existe também um deserto alugam-se camelos para os turistas. A gente senta no camelo mesmo, entre as corcovas, so com os arreios, sem aqueles aparatos de madeira que se usam nos elefantes.

Quando os camelos pegaram as areias do deserto saíram em disparada. Agora eu sei porque chamam os camelos de Navio do Deserto. É muito bom andar de camelo. O animal anda elegantemente e a gente vai de um lado para o outro, como se embalada pelas ondas do mar. Fiquei um pouco nervosa quando o meu camelo saiu em disparada pelas dunas do deserto, imaginando que fosse me perder, mas os guias que cuidam dos camelos assoviam e o camelo obedece e eles nos deixam no lugar de origem.

JAIPUR, CAPITAL DO RAJASTHAN


Em Jaipur é onde ficam os palácios mais interessantes da India. Uma de suas principais atrações locais é o Hawa Mahal, ou palácio dos Ventos, o que mais me chamou a atenção em Jaipur, pois ele fica bem de frente para uma rua bem movimentada. Basicamente uma fachada toda trabalhada, o palácio foi construído em 1799 para permitir que as mulheres da corte pudessem observar o movimento das ruas sem serem vistas. Dizem que dentro do palácio o ar chega frenco, como se tivesse ar condicionado, devido a meneira como foram construídas essas janelas. É uma aquitetura muito bela e de fácil acesso pois fica de frente para a rua.

Uma abertura minúscula que não permite que ninguém da rua enxergue a parte de dentro. Foi assim, deixando apenas um orifício em uma das 593 sacadas e janelas do palácio, que o imperador Jai Singh protegeu as mulheres de seu harém quando construiu seu magnífico palácio, em 1799. Pelas aberturas, elas podiam ver as festas da rua, mantendo-se puras. Ainda bem que hoje as mulheres podem ver a construção também de fora e apreciar sua beleza.

A cidade rosa, como é conhecida, tem outros prédios além do Palácio dos Ventos e muitos outros palácios e fortes antigos. Além dessas maravilhas, há, em Jaipur, palácios do século 19, um forte ao qual se pode chegar montado em elefante, o que não achei muita graça porque eles colocam um acento de madeira com lugar para 4 pessoas e não dá para se ter um contato mais direto com o animal.

Em Jaipur também tem um forte comércio e encontrei uma agência do Banco da India, onde pude trocar meus dólares por rupias. Também comprei duas malas enormes, que deu para trazes muita coisa que havia comprado pelos lugares em que ia passando. Em cada lugar existe um tipo direrente de tecido, de artesanato. Jaipur também é muito bom para se comprar jóias de ouro e prata com pedras preciosas e semipreciosas e tecidos e roupas maravilhosas.


Também em Jaipur, visitei o tradicional observatório astronômico “Jantar Mantar”, construído pelo Maharaja Jai Singh II em 1724, com potencial de observação jamais realizado antes.