UDAIPUR, RAJASTHAN



Udaipur fica próxima a Jaipur, uma enorme cidade. Nessa cidade visitei o templo de Sri Nataji, um dos templos que recebe a maior parte de donativos dos comerciantes e devotos de todos os lugares da India. Entramos na sala do tesouro e haviam muitas jóias que haviam sido doadas naquele dia.

Na hora em se abre o alter de Sri Nataji, uma multidão de indianos se amontoam na frente do altar e empurrar os que estão dentro para o outro lado, e os que saem no empurra empurra, voltam pelo outro lado e começa tudo de novo, uma loucura, mas que eu adorei. Me senti uma perfeita indiana naquele tumulto.

Nas ruelas do lugar existe uma enorme variedade de artesanato em metal , parafernália para cozinha, para arati, decoração, dentre outras coisas. Comprei minhas deidades em uma loja em frente ao templo de Sri Nataji.

AGRA, UTTAR PRADESH


Em Agra, como em Dheli, existem muitos castelos e monumentos lindíssimos, mas o que mais chama a atenção é o famoso Taj Mahal, um monumento que serve de túmulo para uma rainha chamada Moon Taj Mahal. Ele é feito de mármore branco, todo desenhado com um metal amarelo parecendo ouro e com pedras encravadas formando lindos desenhos de flores vermelhas e amareladas e ramos verdes, me disseram que era jade.

Por trás do Taj Mahal passa o rio Jamuna. Conforme a hora do dia, o tempo e a cor do céu, o mármore absorve a luz e o Monumento muda de cor. Da sua cor original branca ele absorve o tom rosa do por do sol, o azulado do anoitecer e assim por diante.

Dentro do Taj Mahal tem um túmulo pequeno bem ao centro, onde está enterrada a Rainha Moon Taj Mahal. Ao lado direito de quem olha, tem um túmulo bem maior, que pertence ao seu esposo e construtor do Monumento ao Amor, Shah Jahan. Na frente existe uma escada, que fica protegida por um portão de ferro. Lá embaixo existe outra sepultura que dizem ser do seu filho e sucessor Aurangzeb.

O FORTE VERMELHO



Construído sob as ordens de Shah Jahan, o imperador responsável pela criação do Taj Mahal, este é mais um belo exemplo da arquitetura indiana. Um viajante do século XVII chegou a se referir a ele como uma maravilha superior às prometidas no paraíso. As pedras vermelhas usadas nas paredes deste monumental conjunto arquitetônico indiano não são as mais preciosas, mas influenciaram diretamente seu nome: Red Fort (Forte Vermelho).

Localizado na região conhecida hoje como Velha Delhi, foi construído no século XVII. Na época, o soberano era Shah Jahan; após a morte da esposa, o rei decidiu transferir de lugar a capital do reino, até então sediada em Agra. Não poupou esforços nem recursos na tarefa de criar a cidade real.

Palácios adornados de ouro, prata e pedras preciosas, ladeados por jardins das mil e uma noites, ganharam vida a partir dos desenhos dos arquitetos reais. As riquezas e parte da construção, entretanto, não resistiram aos saques e à deterioração. Ainda assim, o muito que restou do Red Fort ainda permite vislumbrar a opulência daqueles tempos remotos.

JAMA MASJID



A mesquita, construída sob as ordens de Shah Jahan, próxima ao Forte Vermelho, é a maior da Índia.

VARANASI


Varanasi (ou Benares) fica localizada no estado de Uttar Pradesh. Varanasi, a cidade mais antiga na beira do Rio Ganges; fica no ponto considerado como o local mais sagrado de todos, bem no meio do Ganges, onde está o único trecho que vira para fluir de volta às montanhas onde nasce.

Em Varanasi nos banhamos no Ganges de saia e blusa porque o lugar é muito frequentado por sadhus e é considerado muito sagrado. Suas escadarias dão a impressão de imponência ao Rio Ganges. Ao longo do Rio existem construções parecidas com grandes palácios e abaixo as escadas, suas construções corroídas pelo tempo, faz-nos lembrar de como seria luxuosa e bela esta cidade adentrando o Rio Ganges tempos atrás. Mais recuado fica o lugar onde os mortos são cremados.

RARIDWAR - Maha Kumbhamela


A Cerimônia do Ganga-Puja no Maha-Kumbhamela: De acordo com a mitologia hindu, os deuses e os demônios combateram um dia para a posse de um vaso (kumbh) que continha o amrit, néctar ou bebida sagrada. Vishnu, a divindade que sustenta o universo, teria roubado o vaso dos demônios, levando-o para o céu. Durante a luta, quatro gotas da bebida divina teriam caído na terra, em quatro lugares diferentes da Índia. Esses lugares, onde o divino encontrara o humano, são considerados lugares sagrados.

Em Haridwar, na época do Kumbhamela, o governo manda fazer uma cidade de tendas, enorme, a perder de vista. Vem peregrinos de todas as partes do mundo. Achei muito interessante e até bizarro os homens alteres. Eles caminham milhares de quilômetros com metais atravessando várias partes do corpo, rosto e até a lingua para sustentar os altares e enfeites para adoração à Deusa Ganga.

A quantidade de mendigos é enorme. Os sadhus descem as montanhas nessa época para se purificarem e também para receber doações, pois é muito grande a quantidade de peregrinos. A cerimônia do Ganga-Puja é emocionante. São Muitos os brahmanes que fazem o ritual. Eles acendem enormes lamparinas de ghi (manteiga glarificada) e rodam recitando mantrans e sopram grandes conchas fazendo um som especialmente belo. Os cantores entoam hinos védicos que dá para ser ouvido do outro lado do Ganges.

Os devotos e turistas, inclusive eu, oferecem barquinhos feitos de folhas de bananeira e enfeirados com flores e lamparinas de ghi acesar e colocam nas águas do Ganges. Fiquei olhando meu barquinho descer sem nenhuma dificuldade pelo rio abaixo. É muito gratificante ver que nossa oferenda foi bem aceita pela divindade.

No dia da nossa saída de Haridwar para continuar nossa peregrinação, descobri que havia um templo de Durga bem no alto do Monte onde se faz a cerimônia do Kumkhamela. Tentei subir a montanha mas a pressão subiu e eu não consegui terminar a subida, tendo que retonar. Depois que saímos de lá é que me disseram que há um teleférido que nos levaria até o templo de Srimati Durga. Voltarei na próxima visita à India.

RISHKESH



Em Rishkesh, na descida das águas geladas do Ganges, tomamos banho naquelas águar limpas e puras. Mergulhei bem fundo e ao retornar parecia que meus poros brilhavam. Fiquei ali bastante tempo, tomando sol,mergulhando e bebendo daquela água sagrada.

À noite no hotel eu pedia para aquecerem a água para o meu banho devido ao frio que faz na região.

Rishkesh é um lugar muito bonito, com florestas verdes, e a água vem diretamente do rio Ganges, geladinha.

Ficamos hospedados em Hishkesh, onde começa a subida para as montanhas, onde assisti e participei desse grande evento por 15 dias.

Todos os dias descíamos para as festividades do Ganga-Arati em Haridwar. O grande festival Maha(grande) Kumbh Mela é celebrado nesses lugares, a cada doze anos, justamente para celebrar o contato da substância divina com a terra.

A NASCENTE DO GANGES


Nas Montanhas SIVALIK, onde começam as monções pela queda de grandes porções de água que sai arrastando tudo o que estiver no caminho. Essas correntezas carregam não só as águas do degelo, mas também uma quantidade enorme de sedimentos de terra fértil que são distribuídas por toda a planície do Ganges.

Na confluência dos rios Araknanda e Bhagirathi (rios extremamente turbulentos), a partir daí o rio que se forma desses dois afluentes é chamado de Ganges pela primeira vez. Neste local de águas tão violentas, fica a cidade de DEVPRAYAG.
À medida em que descemos encontramos o rio Ganges mais alargado e profundo e, por conseqüência, mais calmo. A partir daí começam a surgir grandes cidades. Avistamos logo a Passarela Lakrhman Julaque que atravessa o Ganges na cidade de RISHKESH

Por esta passarela encontramos muita gente, vacas e também muitos macacos travessos de todos os tamanhos. Os macacos pegam tudo o que podem – sacos com alimentos, máquinas fotográficas, óculos - precisei cobrir minha cabeça com um manto até a altura da minha boca e segurar com os dentes para me proteger pois eles poderiam pegar os meus óculos, assim como fez com um rapaz do nosso grupo, o coitado ainda era míope.

Depois vem a cidade de RARIDWAR, onde realmente o Ganges passa a ter sua real forma.

MEDITANDO NO CUME DO MONTE LAKSMI


Em um desses dias alugamos um carro apropriado e subimos o monte de Laksmi, nas montanhas SHIVALIK.

Durante a subida passei por outro aperto. O carro em que viajávamos - um ônibus TATA largo - e no sentido contrario vinha um caminhão da mesma marca - TATA - igualmente largo. Parece que essa companhia monopolisa o meio de transporte rodoviário na India. A estrada na montanha era em zig e zag e muito estreita. Quando avistávamos uma aldeia lá em cima a perder de vista, ao passar por ela e subindo mais um pouco, ao olhar para baixo a aldeia parecia muito abaixo, a perder de vista, e assim sucessivamente subindo, subindo.

E plantações nos terraços ondulantes esculpidos nas encostas íngreme, onde quase tudo é cultivado com muita dificuldade pois, pelo que pude observar, nesse montanha não havia rios com águas em abundância como nos vales mais abaixo.

Também não percebi nenhum tipo de pássaro ou inseto nesse lugar de altitude. No topo da montanha parece que tudo fica muito longe, como se a montanha fosse isolada de todo o resto das cadeias de montanhas do lugar.

Ao passar pelo caminhão nosso carro esbarrou com o enorme retrovisor no caminhão fazendo um barulho de batida. Não tive coragem de olhar para trás para saber se o caminhão caiu no abismo ou não. O motorista do nosso veículo, ao ver que eu estava muito pálida e assustada, dava gargalhadas, dizendo para eu ficar tranquila porque eu não tinha bom carma para morrer naquele lugar. Imaginem.

No norte da India, pelo menos nos lugares que percorri, não existem sinais de trânsito nem multa a não ser nas metrópoles. Vi um taxi cometer uma infração e o guarda de trânsito ao invés de multar, como em todos os lugares, ele batia no motorista de cassetete e o motorista saia correndo, acionava o veículo e fugia dando risadas.

O restante da subida até o topo, onde existe um mosteiro budista, subimos a pé. Foi o trajeto mais difícil para mim por causa da subida naquela altitude, sendo a última a chegar.

Quando chegamos no mosteiro, os integrantes do meu grupo ficaram conversando com os monges e eu fui contemplar a beleza do lugar, que era completamente silencioso; a sensação de paz era absoluta. Sentei-me de frente para o monte de Shiva, avistado ao longe iniciando a cadeia nevada dos Himalaias.

A sensação era de frustração devido as densas nuvens que cobriam as montanhas. Fiquei por algum tempo meditando e orando para que me fosse concedida a graça de ver de perto as montanhas... Jamais faria tal viagem novamente nesta vida pois não suportaria aquela subida novamente. Então, como se fosse um milagre, as nuvens se levantaram como se um enorme braço as elevasse fazendo com que aparececem todas as montanhas por alguns momentos. Depois novamente as nuvens baixaram e quem não estava presente não pode ver o evento.

Senti-me afortunada por ter recebido tal graça dos deuses. Após contemplar a cadeia de montanhas e, em especial o monte de Shiva, agradeci silenciosamente a bênção recebida. Fiquei o tempo inteiro completamente muda, aproveitando aquele momento de reflexão e êxtase.