MAYAPUR


Em Mayapur, onde fica a maior cidade dos devotos de Krsna e onde moram muitos devotos estrangeiros, existe o mais importante templo Hare Krsna, onde fica o Samadhi (sepultura) de Sua Divina Graça Swami Bhaktivedanta Praphupada. O movimento nas margens do Ganges e pelas ruas da cidade é intenso. Encontrei pessoas de todos os lugares do mundo. Todas as tardes eu subia até o alto do templo para assistir o lindo por do Sol no Rio Ganges.

No Festival do Holi eu estava em Mayapur e me diverti muito com a guerra de pós coloridos que eram jogados sobre as pessoas nas ruas. Apesar das instruções de nosso guia para não sair sozinha às ruas, eu me aventurei e adorei aquela festa de rostos, cabelos e roupas coloridas como se fossemos telas humanas.

Também não segui as instruções do guia e saía todas as manhãs e me misturava com as mulheres na beira do Ganges para fazer minhas orações. Um dia resolvi pegar um barco sozinha. Contratei os marinheiros de um barco grande por indicação de um indiano que trabalhava em Mayapur e com quem fiz amizade e ele negociou com os homens, que me levaram até um grande banco de areia, onde fiquei por mais ou menos 1 hora recolhendo aquela areia bem fina do rio sagrado, e depois eles passaram e me trouxeram de volta.

Ao descer do barco minhas pernas não alcançavam a margem, então dois distintos senhores, que pareciam de uma casta de comerciantes bem sucedidos, me pegaram pelos ombros, um de cada lado, e me colocaram na calçada no meio das mulheres, onde eu já me acostumara com sua companhia. Me senti como que em casa.

Dentro da cidade murada, havia festas todos os dias. Houve um lindo parikrama com um elefante todo enfeitado de panos coloridos e dourados e guirlandas de flores, que não se assustava com as chamas das lamparinas da cerimônia durante o trajeto que passava pelos jardins e rodeava pela cidade até à entrada do templo.

Ouvi uma estória impressionante sobre a mãe desse elefante, que nasceu e foi criado em Mayapur. Dizem que sua mãe fazia sempre esse parikrama com a deidade de Krsna durante anos. Um dia a elefanta adoeceu e não melhorava mas também não morria. O tratador foi até o Sacerdote e pediu que levassem a deidade para a elefanta ver porque parecia que ela sentia saudades. O sacerdote assim o fez. Ao ver a deidade de Krsna, a elefanta olhou com um olhar de alivio, suspirou e logo a seguir morreu.

Por toda a planície do Ganges encontramos muitas cobras às margens do rio, e que invadem as casas e outras construções. Eu presenciei em Mayapur eles matarem uma cobra que assustava os turistas, mas na maioria das vilas os indianos convivem com as serpentes da mesma forma que com outros animais.

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